Federação Paranaense de Futebol

FPF lança campanha sobre a violência contra a mulher

Aproveitando a mobilização causada pela campanha “Agosto Lilás”, criada para intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha e sensibilizar a sociedade sobre o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher, a Federação Paranaense de Futebol estende a discussão para o ambiente do futebol e lança o movimento “Deixa ela”.

O objetivo da campanha, que terá lugar permanente nas competições e pautas da FPF, é conscientizar e combater casos de importunação sexual, assédio e outras formas de violência contra a mulher no ambiente do futebol.

“Já passou da hora de mudar e estabelecer uma cultura de respeito a todos no ambiente do futebol. Seja a mulher que trabalha durante uma partida, como árbitra ou jornalista, seja a torcedora, que tem o direito de ir ao estádio sem se preocupar”, afirma Hélio Cury Filho, presidente da Federação.

Não se cale!

Parte importante da campanha é divulgar os serviços da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia, como o telefone 180. “No Paraná temos uma delegacia de futebol e eventos (Demafe), então, nos jogos tem sempre uma equipe dessa delegacia, pronta para atender à mulher que se sentir vítima de assédio ou importunação”, afirma a delegada Patrícia Nobre, do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes).

A delegada afirma que o ideal é procurar a Demafe, mas também é possível denunciar pelo telefone 180 (Disque Denúncia), na Delegacia da Mulher e no próprio Nucria, em casos que envolvam adolescentes. Segundo Patrícia Nobre, podem ser denunciados atos libidinosos que ocorram sem a concordância da mulher (como passar a mão, por exemplo) e/ou outras investidas sexuais, caracterizando importunação sexual.

Para a delegada, existe hoje no Paraná uma subnotificação dos casos de violência contra a mulher nos estádios. “O ambiente do futebol faz com que muitas mulheres não denunciem. Acham que é normal, porque estão em um ambiente predominantemente masculino e se sentem acuadas. Mas toda mulher tem o direito de ir ao estádio sem sofrer importunação de nenhuma forma”, conclui.

Deixa ela!

Deixa ela torcer! Deixa ela trabalhar! Deixa ela apitar! Deixa ela jogar! Mulheres que atuam nas mais diversas frentes no ambiente do futebol passam por situações de constrangimento e violência. Torcedoras, delegadas, supervisoras, dirigentes, jornalistas, árbitras e assistentes, profissionais das comissões técnicas e jogadoras, todas serão representadas na campanha da FPF.

Além de ações nas redes sociais e nos estádios onde são realizadas competições estaduais, para dar voz às demandas dessas profissionais e das torcedoras que frequentam os estádios paranaenses, a FPF realizará lives na TV FPF (www.youtube.com/@federacaopr), promovendo o debate sobre as violências contra a mulher e informando sobre formas de denúncia e proteção.

A primeira live é na terça-feira, dia 22/09, às 18h, e contará com a participação ao vivo da delegada Patrícia Nobre. Participe! Torcer, trabalhar e jogar sem ser incomodada é um direito de todas as mulheres.