No Dia dos Pais, conheça a história de Anderson Aquino
Anderson Aquino conhece o caminho do gol como poucos! E construiu uma carreira de sucesso como atacante graças a esse talento. O começo foi na base do Athletico e, no mesmo ano em que subiu para o time profissional, aos 17 anos, deu outro importante passo: se tornou pai de Anderson Júnior.
O menino sempre o acompanhou nos clubes em que jogou: incluindo o próprio Athletico (2004, 2005 e 2008), o Paraná Clube (2010), e o Coritiba (de 2011 a 2015, sendo tricampeão estadual). Aquino foi um dos raros jogadores a conseguir o feito de jogar nos três grandes da capital. Mas foi no Londrina que a carreira do atleta deu uma guinada.
“Eu tinha acabado de acertar com o Londrina e ainda estava procurando apartamento na cidade. Treinei, fui para o meu primeiro jogo e depois passei o fim de semana com a família em Curitiba. Voltando para Londrina minha esposa me ligou dizendo que meu filho estava na UTI, com câncer no sangue”, relembra.
Decisão de parar
“Vim embora. Não pensei duas vezes”, afirma Aquino. Anderson Júnior tinha 14 anos quando isso aconteceu. O menino começou a sentir um mal-estar, cansaço excessivo e dor nas costas. Em pouco tempo, os sintomas evoluíram e ele passou a ter enjoo, falta de apetite e manchas na pele.
O diagnóstico de leucemia linfóide aguda veio depois de um exame de sangue, e o filho do jogador ficou 12 dias na unidade de terapia intensiva do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.
“Pensei, conversei com a minha família e decidi ficar perto para ajudar. Minha cabeça não estaria no Londrina. Fizemos uma rescisão amigável”, conta. “Quando o médico falou para mim que o tratamento seria longo, caiu a ficha: eu vou parar e vou ficar em casa cuidando dele”.
Do medo à superação
Ao contrário do que algumas pessoas poderiam imaginar, a decisão de abandonar a carreira não foi difícil. “Minha esposa vai precisar de mim, meu outro filho vai precisar de mim, eu não posso estar em outro lugar. Foi simples assim. Não me via longe deles”, relata Aquino.
Foram dois anos de tratamento depois que Anderson Júnior deixou a UTI, com quimioterapias semanais e exames de acompanhamento. Outros três anos até o garoto conseguir a remissão completa da doença e ficar 100% curado.
Hoje, o filho mais velho do ex-atacante estuda medicina. O menino que sonhava em ser jogador de futebol, como o pai, acabou trilhando outros caminhos e a família comemora a saúde dele.
Dia dos pais perto da família
Aquino, que hoje tem 36 anos, conta que os amigos e pessoas do futebol insistiram para ele não parar. Com o filho já melhor, chegou a aceitar um convite do atacante Geraldo e foi para Angola, onde defendeu o clube 1º de Agosto por um ano e meio.
Agora, definitivamente aposentado, ele guarda com carinho as lembranças dos clubes pelos quais passou. “Fico feliz de ter jogado nos três clubes da capital. Sei que é difícil isso acontecer e tenho o carinho das três torcidas”, conclui.
Com a nova vida, Aquino dedica mais tempo à esposa e aos filhos e tem planos para passar o Dia dos Pais com eles. “Não me arrependo. Se tivesse que tomar essa decisão de novo, faria quantas vezes fosse necessário. Sempre priorizei minha família”, confessa o ex-jogador.
A Federação Paranaense de Futebol deseja um feliz Dia dos Pais a ele e a todos os pais!
FOTO: Anderson Júnior, Adriana, Alexandre e Anderson Aquino em comemoração em família. (Arquivo pessoal)