No Dia da Consciência Negra, FPF reforça campanha antirracismo
Jogador Celsinho concede entrevista e fala da luta contra discriminação
FOTO: Flavio Menoli/Loja Oficial do LEC
O Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, é uma data para lembrar Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes negros do Brasil, que lutou pela libertação de escravos no século 17. Mas, para além disso, é um dia para reafirmar iniciativas de combate ao preconceito e à discriminação racial.
No ambiente do futebol, atitudes racistas ainda incomodam e o debate sobre como combater crimes dessa natureza tem gerado discussões em todo o mundo. No Paraná, o jogador Celsinho, ex-Londrina, denunciou ter sido vítima de racismo e se tornou uma importante voz contra a discriminação.
“Esse feriado do Dia da Consciência Negra realmente nos traz força, nos traz condições de falarmos e expormos esses criminosos. Essa data é de suma importância para que todos possam expressar o sentimento de indignação. A luta não é só neste feriado, mas, sim, constante, em todos os dias”, disse Celsinho, em entrevista à Federação Paranaense de Futebol.
Um caminho para construirmos juntos
Celsinho não está mais no futebol paranaense mas segue em atividade, e segue também lutando para que o futebol seja um ambiente livre de discriminação. Quando estava no Londrina, o meia participou de campanhas antirracistas. Ele comentou iniciativas recentes, como a criação da Lei Vini Jr., e o impacto que elas têm no dia a dia.
“Tudo que venha para agregar e fortalecer a nossa luta e a nossa maneira de nos expressar com relação a esses crimes cometidos, eu acho de extrema importância. Isso mostra também que as autoridades e as pessoas estão se movimentando e enxergando o problema”, afirmou o jogador. E acrescentou sobre as punições contra quem cometeu um ato racista: “Ao meu ver, elas continuam sendo brandas. É como eu sempre digo: é um passo de cada vez, é um trabalho de formiguinha. Mas, se já estão se movimentando é porque conquistamos isso”, concluiu.
O meia revelou, ainda, como vê a postura de Vinicius Júnior frente aos casos que o atleta do Real Madrid e da Seleção Brasileira tem enfrentado na Espanha, com grande repercussão mundial: “Para mim, é o melhor jogador do mundo, atua na maior seleção do mundo, atua no maior clube do mundo. Então, se eu fosse deixar uma mensagem para o Vini seria de obrigado, de gratidão por nos representar de uma forma tão intensa”, analisou.
“São diversas pessoas que não se encontram em condições de poder se expressar, seja porque têm medo ou porque são reprimidos, mas o Vini luta muito bem. Então, não só pra ele, mas para todos que colocam a cara à mostra, fica minha mensagem de gratidão. Que todos possam denunciar, porque, assim, um dia poderemos acabar com tudo isso”, finalizou o jogador.
*A Federação Paranaense de Futebol mantém uma campanha fixa nos estádios e nos jogos transmitidos pela TV FPF, em que prega o respeito e condena atos de racismo.
📸Flavio Menoli/Loja Oficial do LEC